“Berlim é pobre, mas sexy”, dizia um de seus antigos prefeitos, e esta referência acompanha a capital alemã desde então. Embora a gentrificação já aconteça na cidade, o que torna o rótulo um pouco ultrapassado, Berlim, com sua efervescência artística, continua sendo uma das cidades mais atraentes e dinâmicas do Velho Continente.
Vale a pena começar a visita à capital alemã pelo centro, em Mitte. O bairro é uma versão condensada de Berlim e o lugar ideal para apreciar o espírito da cidade num ritmo acelerado. Uma combinação inteligente de modernidade e emblemas históricos, Mitte é repleto de lugares simbólicos. Comece pelo Reichstag, o prédio sede do Parlamento alemão, coroado com um domo de vidro projetado por Norman Foster. Não muito longe dali, a Filarmônica e sua arquitetura orgânica sem dúvida atraem o olhar. Mais adiante, você encontrará o impressionante Portão de Brandemburgo, símbolo orgulhoso da reunião de um país dividido em dois por 40 anos. Fragmentos do Muro de Berlim, cobertos de grafite, emergem por toda a cidade. Em Mitte, claro, mas também em Pankow, Prenzlauer Berg, Köpenick e Lichtenberg, para citar apenas algumas áreas.
O DDR Museum conta a história das décadas de antagonismo sob a perspectiva do lado oriental, exemplificada pelos icônicos cartões postais do Trabant, carro símbolo da Alemanha Oriental. As emoções da nostalgia! Ainda em Mitte, o famoso Checkpoint Charlie, a dois passos da impressionante Potsdamer Platz, é um destino popular entre os 10 milhões de turistas que visitam a cidade anualmente. Quem gosta de passear nas alturas pode subir no topo da Torre da TV, ou Fernsehturm. Lá embaixo, edifícios da era soviética se estendem nas avenidas que seguem em direção ao leste da Alexanderplatz. Por fim, a Ilha dos Museus, no rio Spree, é um oásis de paz onde as artes, especialmente as antiguidades, são celebradas.
Berlim tem centenas de museus. Artistas oriundos de todos os cantos do mundo, atraídos pela qualidade de vida e o espírito criativo, fizeram da cidade seu lar, conferindo à capital alemã um novo ar de liberdade. Seu DNA é cosmopolita, como demonstra Kreuzberg, um bairro turco e popular, mosaico da contracultura. Aqui, como em Prenzlauer Berg, as ocupações de artistas coloridos dividem o espaço com boutiques badaladas, restaurantes que servem comida vegana ou sabores do mundo inteiro, galerias de arte modernas e bares descontraídos. Enquanto os grandes centros comerciais, como o Mall of Berlin, abrigam as grandes marcas internacionais, é nestes bairros que se encontram as criações mais tradicionais, 100% feitas em Berlim. Dia e noite, os conceitos mais exuberantes estão por toda parte e dão tempero à vida dos berlinenses que se reúnem em eventos como a Semana da Moda de Berlim e o festival das flores de cerejeira, o Cherry Blossom Festival, para celebrar a criatividade dos cidadãos do mundo.
Frenética, Berlim também impressiona pela sensação de espaço que oferece, com suas avenidas largas transpostas pelas linhas de metrô aéreo. Os terrenos baldios que pontuam a paisagem urbana atribuem à cidade uma amplitude bem-vinda. Natureza e concreto, aspectos essenciais da vida em Berlim, convivem lado a lado. Siga os passos dos habitantes locais, que desfrutam de um churrasco dominical, uma festa espontânea após o trabalho ou uma corrida esportiva no coração da cidade, no parque Tiergarten, maior que o Hyde Park em Londres.
Estes enormes espaços abertos forçam a cidade a se reinventar constantemente. Grandes edifícios industriais ganham uma segunda vida, como o Berghain, templo mítico da música eletrônica. O espírito festivo dos berlinenses é um reflexo da cidade: artística, aberta para o mundo e incrivelmente tolerante.
